Maria do Socorro Bernardes

Maria do Socorro Bernardes
Escritora, Palestrante, Psicanalista, Psicopedagoga

sábado, 3 de janeiro de 2015

Desenvolva o interesse da criança para leitura

Milhões de brasileiros não têm acesso à cultura da leitura crítica transformadora e as crianças fazem parte desse contingente.  Os pais desses infantes, na maioria das vezes, não dispõem de recursos suficientes para aquisição de diversas ferramentas para leitura, dentre elas, o próprio livro.  E ainda se tem uma escola que trabalha a leitura de forma mecânica, tradicional, excludente e elitista, favorecendo aos interesses das classes dominantes.  Uma escola cujo papel é de dividir os alunos decifradores e leitores onde quem decifra é conduzido a produzir, em contrapartida, os que leem ao saber e ao poder como afirma Foucambert (1994).
Portanto, essas lacunas no acesso à leitura tornam-se um desestímulo ao ato de ler.  Várias pesquisas sobre leitura provam que crianças que têm pais que leem para elas conseguem fazer dessa atividade um prazer, no entanto, além da falta de recursos, os pais não têm tempo disponível para tal prática.
Além do mais, as crianças, na contemporaneidade, estão, cada vez mais, desinteressadas pela leitura devido aos apelos da televisão, entre outros veículos de massa que, além de alienar, prejudicam o desempenho e a criatividade dessas crianças.
Portanto, compete à família e à escola buscar possibilidades de acesso à leitura, incentivando o interesse pela leitura como ferramenta para entender o mundo, ou seja, uma leitura significativa que explore a escrita de uma maneira não-linear, com outros sentidos e várias formas de ler como afirma Foucambert, dando à criança uma bagagem muito maior de conhecimentos e motivação à sua imaginação e criatividade.
A sala de aula ainda é um espaço privilegiado para o desenvolvimento do gosto pela leitura. Nela poderá surgir futuros autores, escritores, artistas e bons leitores se  a leitura for um momento de criação, em que o aluno sinta prazer em ler uma história sem encará-la como uma tarefa a mais a cumprir, ou como uma decodificação sem significados.



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